segunda-feira, outubro 23, 2006

Foxy Viagens - Escandinávia (I)

Para trás tinham já ficado os destinos de Itália, Brasil e Marrocos. Cada uma com a sua história única e com experiências diferentes e dificeis de encontrar numa segunda vez.
Desta vez o destino que me interessava eram os países nórdicos, a Escandinávia, e procurar viajar entre a Dinamarca, Suécia, Finlândia e Noruega. Uma vez mais ía sozinho, por opção e porque efectivamente não havia mesmo companhia. Estavamos no ano de 2004, um ano marcante, já que houve vários acontecimentos, quer pessoais, quer sociais preponderantes e muito marcantes. Por exemplo houve o Euro 2004 ou o primeiro Rock in Rio, ou então o ano que recebi uma bela prenda de Natal, que foi o meu despedimento da empresa para o qual estive 100% de alma e coração durante 4 anos.
O facto de escolher os países nórdicos também contribuíu o interesse em conhecer como é que aqueles tipos vivem, quando têm uma das melhores taxas de produtividade e riqueza bruta, ou como é que "sobrevivem" a dias quase inteiros de sol durante o Verão e dias de noite no Inverno.
Antes de começar este relato, gostaria de fazer um exercício, imagine-se um tipo que vai viajar sozinho. Agora que azares e acontecimentos estranhos podem acontecer a um viajante assim. Gostaria de ter uma lista com esses possíveis acontecimentos imagináveis e inimagináveis, que depois quando terminar os relatos veremos se batem certo. De facto foi uma viagem inesquecível, não pelo que vivi mas pelas histórias que terei para contar durante muito e muitos anos. Posso talvez considerar (até agora!) como sendo "A Viagem" ...

Tudo começou no dia 4 de Junho, uma sexta-feira. Como sempre em termos de trabalho havia muita coisa para fazer, tentei despachar o máximo as coisas porque queria sair cedo já que este era um dia muito aguardado por mim e pelo Kase para irmos ver os "grandes" Metallica ao Rock in Rio. Como sempre vi-me aflito para sair do escritório, num lado do telefone era o Kase a insistir para me pisgar e do outro o meu manager a mandar fazer cenas, mesmo eu achando que não valia a pena fazer. Despachei-me por volta das 17h30 e fomos apressados para o parque da Bela Vista mas acabamos por perder a actuação dos Sepultura, ou seja não fizemos o "aquecimento" para o que viria mais tarde, apesar de ainda tocarem os Slipknot e os mais soft Incubus. Ainda tivemos tempo de mandar um alô ao caro cavaleiro do apocalipse, Xôr Bazuca, que fazia anos nesse dia. Foram concertos fenomenais, gostei dos Slipknot (ao vivo) e os Metallica foram simplesmente divinais. Saí do recinto bem tarde por volta das 3h, com o concerto a fechar numa apoteose de labaredas de fogo e muito fogo de artifício, onde cheguei a casa por volta das 4h.
Quase sempre, as minhas viagens são preparadas em cima da hora, isto é, eram 4h da manhã e não tinha a mochila preparada e tinha de estar no aeroporto às 6h30 com vôo marcado para as 7h30 com destino a Copenhaga. Portanto, tinha que arrumar tudo e NÃO me esquecer de nada, e decididamente só iria dormir na escala em Madrid (aonde tinha de fazer o transbordo para outro avião), isto porque detesto dormir em transportes, quaisquer que eles sejam.
Como vinha do concerto, com o pessoal aos moches e a soltarem a poeira que existia no recinto, eu estava completamente porco e tive que tomar um daqueles banhos bem caprichados. Seriam por volta das 5h do dia 5 de Junho que tomava este belo e retemperado banho, e vestia-me com a roupa normal de viagem. Mais daqui a uns relatos vão perceber do que estou a falar.
Como era tão cedo, tive que ir de autocarro para o aeroporto numa viagem que demora sensivelmente 40 minutos. Ia chegar atrasado quase de certeza, porque acabei por adormecer um bocado e não fui no autocarro que pensava e fui num mais tarde.

(Continua no próximo domingo...)