sexta-feira, outubro 13, 2006

Sexta-Feira, 13

Noite escura e sem claridade alguma, só a lua cheia dessa noite a poderia iluminar, mas as copas das árvores, como lanças de guerra, apontam ao céu cortando-o em fatias e fechando ainda mais a noite.
Uma estrada perdida, corta num rasgar, um caminho para o infinito, aonde ninguém passa. Um estranho, atordoado, permanece prostrado ao longo da berma. De corpo magro e esguio, com várias escoriações a rasgar os seus músculos, fazem-no estar num estado inanimado e insensível. Nota-se nele a metamorfose e as dores que está a sofrer. O seu corpo permanece ao mesmo tempo paralisado e em transfiguração . As costas acorcundam-se cada vez mais, os seus braços cada vez mais fortes, mas fracos da tortura que continua a sofrer. Vai continuar naquela estrada perdida, até alguém tiver a coragem de fazer sarar as feridas daquele corpo.
Entretanto a noite continua escura e a lua cheia tarda em aparecer.