segunda-feira, setembro 25, 2006

Foxy Viagens - Marrocos (II)

... continuação de Marrocos I
Já no aeroporto de Lisboa, coloco a etiqueta amarela da Rota dos Ventos na mochila de modo a diferenciar das outras todas, à espera também de encontrar mais alguém com o mesmo destino de aventura. Sem efeito. Uma questão de minutos pensei eu, era embarcar e depois já se via. Realmente não sabia exactamente quantas pessoas iriam estar nesta viagem nem sabia tão pouco se havia mesmo alguém a ir (acreditava que sim, porque senão era capaz de ter de ser desmarcada a aventura por falta de participantes).
A primeira surpresa (tem sempre de acontecer mais qualquer coisa nas minhas viagens, né!), os passageiros que partiam em direcção a Casablanca entravam num avião, avioneta mais propriamente, movida a motores de hélices, de 10 lugares. Eu que gosto de andar de avião fiquei bastante interessado como iria ser a viagem neste tipo de digamos "planador-que-chocalha-por-todo-o-lado". Foi um bocado dificil fazer a viagem sentado naqueles bancos apertados, mas o que valia era que o avião abanava tanto que conseguiamos aconchegar-mos nos bancos e fazer com o nosso rabo se ajeitasse nos bancos. Eu digo isto porque a minha compleição física me favorece, agora sinceramente não estou a imaginar um rabo mais vistoso (tou a falar de bundas grandes, sim!!) a sentar ali.
Lá iamos nós. 10 passageiros numa avioneta. Lá descobri um casal que iria ter a mesma aventura que eu, mas não meti conversa. Entretanto se havia mais pessoas não sei por onde paravam.
Chegamos ao aeroporto de Casablanca e fizemos o transbordo para o próximo vôo que nos ía levar a Marraquexe.

O aeroporto de Casablanca é uma coisa que nunca tinha visto. Lindo, com imensos vitrais e decorações árabes, um aeroporto geralmente branco, ou não estariamos em Casablanca. Fontes de água a escorrer dentro do aeroporto, luzes a reflectir no branco criando efeitos giros, os vitrais brilhantes e coloridos, e adornos de bronze e outras peças metalizadas e douradas faziam a minhas delicias.

Entretanto, e enquanto esperava o embarque, meti conversa com o Pedro e a Teresa, o tal casal que viajava de Lisboa e que percebi que tinha o mesmo destino que eu. Depois das apresentações, percebemos que estavamos a procura do resto da 'malta' que iria connosco na aventura. Infelizmente não encontramos mais ninguém, apesar das tentativas que fizemos.

Partimos então em direcção a Marraquexe, agora num avião "normal", um boeing 737, mas velho como o caraças. Se calhar até preferia a nossa avioneta que nos tinha acabado de trazer de Lisboa, do que aquele boeing.
Acabei por ficar sentado afastado dos meus colegas de aventura. Sentou-se ao meu lado uma mulher, francófona, à partida muito simpática. Às tantas, e já depois de irmos com algum tempo de viagem, resolve abrir um saco que trazia, e tira de lá um "taparué", abre-o e bem educadamente, resolve presentear-me com o conteúdo. Aqui o meu francês foi testado e com as simples palavras "Non" e "Merci", declinei a oferta. Nisto volta ela a insistir, "Et un fromage [lá da terra dela]", voltei a recusar, voltou ela a insistir, e recusei com algo parecido com "je ne pas fromage" e com um ar menos simpático. Se calhar estava a ser mal educado, porque nos costumes muçulmanos pode ser mal educado recusar estas e outras coisas, mas sinceramente apesar de gostar (e muito) de queijo, não me estava a ver a comer aquela mistela. Enfim, tudo se resolveu. A senhora ficou com uma má cara para mim e eu consegui não comer aquele queijo. Se isto tivesse acontecido nos dias de hoje, não sei se aquele queijo entraria naquele avião ... outros tempos, em que já não podemos trazer queijos nos aviões.

1 Comments:

Blogger Unknown said...

hehehe estás a melhorar os teus dotes de narrador!

Também me fizeste lembrar um célebre falante em francês..."je suis trés content, parce que nous avons gagné"

25 setembro, 2006 11:56  

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