domingo, novembro 12, 2006

Foxy Viagens - Escandinávia (IV)

... continuação de Escandinávia (III)

Este primeiro dia em Copenhaga, serviu para descobrir pontos essenciais para a minha estadia neste país. Dada a minha situação, teria que ter paciência e esperar que as coisas corressem bem.
Cheguei ao Sleep-In-Heaven, muito facilmente através das indicações e mapas que tinha e apesar de tudo lá estavam eles à minha espera na pousada. Como tinha feito uma reserva pela Net podia ter havido mais algum problema, mas não estava tudo ok. Acabei por lhes relatar a minha viagem e a perca da mochila e eles disseram-me que não me preocupasse porque nestes casos, as mochilas apareceriam e o pessoal do aeroporto devolviam-nas às moradas indicadas. Com esta preocupação toda, acabei por não aproveitar nada do primeiro dia, e acabei por esperar no hostel e descansar um bocado, até porque já estava quase com uma directa.

No dia seguinte, começou a minha angústia na espera da mochila. Chegava ou não chegava. Eu bem que telefonava para o número do aeroporto que me deram para saber de boas novas, mas nada. A resposta era sempre a mesma. Acabei por decidir ir conhecer a cidade.

"O abalroamento"
Copenhaga é uma cidade bastante agradável de estar. Uma cidade completamente plana e com as ruas muito organizadas. o que permitia aos seus habitantes percorrerem a cidade de bicicleta. Há inclusivé, ao longo das ruas, e entre a rua e o passeio, uma via própria para os velocípedes, que também tinham a sinalização apropriada. Mesmo na horas de ponta, a confusão não era com os carros mas sim com a quantidade de bicicletas que circulavam naquelas vias. Atrevo-me mesmo a dizer que em Copenhaga há mais bicicletas que carros. A arquitectura desta cidade também é fantástica. Encontram-se edíficios de séculos passados ainda bem conservados em perfeita harmonia com edíficios novos que mantêm as características da cidade. Em relação às pessoas, apesar de nórdicas, não as achei frias e de pouca sociabilidade. Sempre se mostraram prestáveis e comunicáveis, e mais principalmente ao fim do dia porque se libertavam mais num pub ou bar com uma caneca de cerveja na mão. As mulheres eram de facto giras com uma característica geral, olhos combinavam sempre com a cor do cabelo. Imagina-se ruivas com olhos verdes por exemplo, ou loiras com os olhos claros, perfeitas combinações.

Assim foi, no primeiro dia, fartei-me de andar e conhecer aos poucos a cidade. As primeiras paragens foram o Tivoli e Christiania. O Tivoli é um parque temático, tipo feira popular e que tem várias diversões, e que acabei por não gostar muito ... não estava mesmo nos meus dias para me divertir. A seguir o Christiania, é um local dentro da cidade, aonde impera um estilo de vida muito peculiar, pois todos os habitantes vivem a "FreeLife", efectuam a antiga troca directa de viveres, não têm electricidade para luz(usam pequenos candeeiros a óleo), e sempre como se a vida monetária não lhes fizesse falta. Completamente à parte do nosso mundo. Não fiquei aí muito tempo, por achar que me iriam considerar um pessoa estranha e também porque não queria estar lá muito tempo, pois a liberdade ali era tanta que o cheiro a marijuana e outras coisas parecidas era algo que distinguia esta sociedade.
Acabei por dar mais uma voltas à cidade e depois segui novamente para o hostel para saber se havia noticias da minha mochila. Nada, nicles de mochila. Acabei por tomar um banho e vestir a mesma roupa e as mesmas meias que já cheiravam a um queijo muito "especial". No dia seguinte, as noticias já foram melhores por parte do aeroporto, pois já me indicaram que a mochila já vinha a caminho de Copenhaga. Um bocado mais aliviado, resolvi aguardar pela chegada dela e não ir comprar umas peças de roupa para poder vestir, já que além da vida cara daquela cidade, não estava interessado em gastar muito dinheiro e poupar para outras coisas. Nesse dia, 7 de Junho, visitei a Little Mermaid e o Nyhavn. A Little Mermaid é a figura emblemática da cidade e serve como postal ilustrado de Copenhaga. A história dela (aqui), é uma homenagem a Hans Christian Andersen, famoso escritor de contos infantis natural deste país.
Neste dia, durante a manhã, visitei estes dois locais e voltei novamente ao centro da cidade para depois seguir para o Sleep-In-Heaven para saber mais novidades. Enquanto passeava por uma das ruas, articuladas entre entrocamentos sinalizados com vias para peões, velocípedes e automóveis, acabei por ter uns pequenos sustos porque não estava habituado a conviver desta forma. Acabei por me acostumar, apesar de tudo. Mas às tantas uma pessoa esquece-se que por ali se anda mais de bicicleta e menos a pé. E não é que foi, que um certo índividuo que vinha a sair de uma ruazinha perpendicular à qual eu andava (distraído com uma giraça que por ali passava), e eu não o vi e ele não me viu e sem travões foi contra mim. Nem tive tempo de desviar-me ou saltar para qualquer lado. Ambos fomos ao chão, ele atingiu-me no calcanhar mas não me fez grande mossa. O tipo, assustado, pediu-me desculpas e depois de certificarmos que estavamos inteiros fomos à nossa vida sem grandes problemas.