domingo, novembro 26, 2006

Foxy Viagens - Escandinávia (VI)

.. continuação de Escandinávia (V)

Finalmente já estava aliviado de ter a mochila comigo, e agora só tinha de refazer os planos de viagem. Inicialmente e se tudo tivesse corrido bem, a ideia era efectuar o triângulo Escandinávio, ou seja, viajar entre Copenhaga, Estocolmo e Helsinkia. Oslo, na Noruega podia ser hipótese se houvesse oportunidade, mas não estava com a ideia de ir lá. Assim e devido à minha situação, de ter "perdido" 3 dias em Copenhaga, pensei em ir só a Estocolmo e ficar uns 3, 4 dias e depois voltar. Estocolmo, porque era a capital que ficava mais perto e com melhores possibilidades de viagem a partir da Dinamarca, e também porque era a outra cidade que queria visitar.
No dia 8, uma terça-feira, durante o passeio vespertino efectuei a compra dos bilhetes de combóio para Estocolmo, e lá fui fazendo planos para o dia seguinte.

"O Barco"

Dia 9 de Junho, quarta-feira. Cedo saía do Sleep-In-Heaven, com direito a um até já, porque como iria voltar ainda a Copenhaga, este seria o local para ficar novamente. Devo dizer que este hostel é muito fixe com um ambiente excelente.
Pelas 8 da manhã estava eu a entrar no combóio que me iria levar primeiro a Malmö e só depois, já na Suécia, apanhava outro combóio directo para Estocolmo com direito a algumas paragens (rápidas) pelo meio.
A viagem de Copenhaga para Malmö, é uma viagem muito rápida, mas muito interessante de se fazer. Estas duas cidades de países diferentes estão, separadas por uns 8km de distância e pelo Mar Báltico, e a fazer a junção destas, existe uma ponte que para mim é uma das maravilhas que Homem foi capaz de construir. Porque não é uma ponte qualquer, é uma ponte de dois tipos de vias, ferróviária e rodoviária, e que começa em Copenhaga e depois no meio do Mar Báltico, entra pelo mar adentro e atravessa-se o mar debaixo de água. Foi mesmo muito interessante sentir-mo-nos a mergulhar no mar, dentro de um combóio e ver desaparecer o céu e sentir que o mar está em cima de nós.
E chegado a Malmö, não houve dificuldade em trocar de combóios e seguir viagem para Estocolmo.
Em viagens deste género é muito interessante viajar de combóios. Primeiro porque podemos apreciar a paisagem e com calma ir fotografando e ir criando na nossa memória as nossas "fotografias" de viagens, depois porque podemos ter a oportunidade de conhecer sempre mais alguém e arranjar quem sabe uma boa amizade (isto é de já andar a ver filmes de mais), e finalmente porque podemos descansar e aproveitar para colocar as leituras em dia ou mesmo usar o combóio como meio de passar as noites e não ter que pagar estadias em pousadas ou hoteis.
Nesta viagem, por acaso ia sentado num dasqueles bancos de 4 passageiros todos uns virados para os outros, que dá para jogar às cartas se houver 4 jogadores. E por acaso em Lünd, uma miúda gira até se sentou num dos outros 3 bancos que estavam disponiveis e à minha frente. Por acaso também não havia muita gente a viajar naquele dia e a carruagem ia de certa maneira vazia. Mas com tantos acasos não tive oportunidade de estabelecer contacto e conversa com a rapariga porque ela resolveu adormecer e ficar ali especada, e eu tive que me contentar com a minha leitura e com as belas paisagens da Suécia. A rapariga acabou por acordar uma paragem antes de Estocolmo e sair em Norrkörping. As paisagens na Suécia surpreenderam-me. São imensas as planícies e vales pouco profundos e tudo muito verdejante, desde grandes espaços relvados e bosques bastantes densos de árvores bravas. Lembrei-me logo que os móveis do IKEA viriam daqueles bosques e florestas. Isto deve ser assim no verão, porque nas outras estações do ano, aquilo deve ser só branco e mais branco do gelo e neve que lá deve haver nessas alturas.

Cheguei a Estocolmo 7 horas depois de sair de Copenhaga, e tratei de logo de procurar um sitio para ficar. Não tinha feito reserva nenhuma, e nem sabia exactamente o que podia encontrar. Não tinha mesmo preparado nada para Estocolmo, foi mais uma daquelas coisas que me deu e achei que na altura resolveria onde ficar. Nestes países, o nível de vida é um bocado acima do nosso nível de vida cá em Portugal, por isso é tudo um bocado mais caro. Com base nesta premissa, de que teria que encontrar um sitio barato para ficar, fui à procura no balcão de turismo da Central Station de Estocolmo um albergue ou pousada. Dirigi-me ao balcão, expliquei o que procurava e eles muito simpáticos (mais uma sueca) lá me ajudaram a procurar. Depois de encontrado um sitio e confirmado a minha estadia por lá, deram as indicações para lá chegar. Tinha de apanhar um metro até uma determinada estação, e depois andar um bocado e lá encontrar o sitio. Disseram que era mesmo junto ao cais e lá fui eu, seguindo as indicações até Gamla Stand (baixa da cidade). Estocolmo é uma cidade que está rodeada pelo Mar Báltico e parece-se mais como um pequeno arquipélago, porque existem várias pontes que fazem a união de pequenas ilhas e a sensação que me deu era de estar sempre a saltar de ilha para ilha. Quando cheguei ao local que me tinham indicado, e para meu desespero, não encontrava o raio do albergue aonde iria ficar. Bem que procurava que não encontrava. Mesmo algumas pessoas a quem eu perguntei não sabiam aonde ficava o albergue. Às tantas vejo escrito nuns mastros de um barco que estava atracado no cais o nome que procurava. Não estava a acreditar, o albergue, era mesmo um barco que funcionava como um albergue normal. Com quartos-beliche, sala de estar, cacifos, WC, e tudo o que se pode encontrar num sitio destes. Incrível, já estava mesmo a imaginar como é que iriam ser as noites ... a balançar na corrente das ondas. Lá me acomodei no dito barco e beliscava-me só de pensar no que estava a meter ...