domingo, dezembro 03, 2006

Foxy Viagens - Escandinávia (VII)

... continuação de Escandinávia (VI)

Assim que cheguei e acomodei-me nas instalações que aquele barco-albergue me oferecia, dignas de um viajante aventureiro, fui e sem planos nenhuns, explorar Estocolmo e tudo o que aquela cidade me podia oferecer. Numa rápida olhadela sobre o mapa da cidade, fui descobrindo que em quase todas as esquinas havia um museu. Portanto, percebi logo que muito do meu tempo seria gasto em visitar museus e alguns até bastante interessantes, destacando-se o Museu Nobel, o Museu de História Natural, Museu de Navios de Guerra, e muito principalmente o Museu Vasa. Neste dia, e como era de tarde e não tinha ainda almoçado nada de jeito, e também como o tempo já não dava para programar nada, resolvi dar uma caminhada pela cidade e ir "apalpando" terreno para o dia seguinte. Aproveitei e sentei-me num café-bar para mastigar qualquer coisa e ver um bocado de um jogo de bola, precisamente um jogo de camadas jovens entre os Tugas e os Suecos. Por acaso os Tugas até ganharam o jogo e logo percebi que por aqueles lados eles, os homens, gostam tanto de bola que se aparecessem duas gajas todas produzidas na frente deles, eram capazes de as mandar sair da frente e ficarem a olhar para a tela de televisão ... humm, e não foi mesmo o que aconteceu. É claro que o jogo de camadas jovens, quem é que quer saber, né.
Depois mais tarde, acabei por continuar com a minha voltinha de reconhecimento. Acabei por sair do café-bar, já passavam das 19h e começava a achar estranho, não por desconhecimento mas por estranhar o efeito, de ter o sol ainda bem acima no céu. Ia passeando, e parando em vários locais e descobrindo aquela cidade. É uma cidade bastante cosmopolita e cheia de vida também, com muitas variedades para nos distraírmos, e claro ... as suecas. Eram já 22h e ainda tinha o céu de um azul clarinho que até incomodava. Esta era uma das razões pelo qual eu me imaginava a visitar a Escandinávia, poder apreciar o sol da meia-noite. Em Estocolmo, não seria possível à meia-noite ver o sol ainda, tinha de ir mais para norte do país, mas mesmo assim já podia imaginar. Decidi voltar ao barco-albergue e trazer a máquina para fotografar. Chegou a noite por volta das 23h30 e acabei o dia a fotografar o horizonte porque ainda havia o clarão do sol a manter uma claridade crepúscular. Voltei por volta da 1h da manhã para dormir e descansar para no dia seguinte efectuar uma maratona de Museus e jardins para visitar. Esqueci-me é que, tarde o sol se põe nestas paragens, mas também cedo o sol se ergue. E eram 3h30 da manhã, já tinha o sol a bater nas janelas que não tinham as portadas fechadas, e acordar-me com os seus raios matinais. Bolas, tive que me certificar que eram mesmo 3h30 da manhã e já era manhã, mas que podia ainda dormir pelo menos mais 4 horas. E assim foi, não dormi mais porque no barco-albergue já se fazia um calor absurdo e depois com tanta claridade já não consigo dormir mais. Para eu conseguir dormir tem de estar tudo, mas tudo mesmo, muito escuro.
Acabei por me despachar e preparar o meu itinerário. Seria qualquer coisa como museu, museu, museu, descanso, museu, e tarde/noite livre. Neste dia, 10 de Junho, acabei por sem querer, acabar por tomar um delicioso pequeno-almoço. O sumo era de laranja, normal, mas a sandes era divinal. Era um pão estaladiço por fora e fofo por dentro, e era composto por tomate (mas não os normais que conhecemos, era um género de tomate do tamanho de bolas de naftalina, mas muito saboroso), cebola crua, um queijo saboroso e mais qualquer coisa barrada lá pelo meio. Tudo isto dentro de um pão aquecido, fez-me as minhas delicias neste pequeno-almoço e também no do próximo dia.
De volta à terra, fui visitando os museus que planeara. Passei pelo Palácio Real e vi o render da guarda, que também já tinha visto em Copenhaga, dias antes. Começou a chover e como sempre, andei à chuva porque andar de chapéu-de-chuva não faz o meu género. Acabei por seguir para o último museu que queria visitar e que era o Museu Vasa. Este museu, tem o nome de um barco de guerra, mais propriamente de um Galeão que foi construído para fazer parte da armada sueca que combatia os vizinhos russos à uns séculos atrás. Acontece que este galeão de nome Vasa, no dia que foi lançado ao mar, afundou-se sem mais nem menos, e foi uma frustração para o povo sueco. E só à uns anos atrás é que se conseguiu trazer à tona a carcaça do galeão naufragado, e resolveram fazer um museu dedicado ao barco. Foi um excelente trabalho de reconstituição de história que fizeram, desde histórias da altura da sua construção, até a registos históricos de como se desenrolava a guerra com os russos e de como a Polónia sofria por causa das batalhas que se travavam, e também de como o barco foi recuperado do fundo do mar. Passei umas boas horas a conhecer o Galeão Vasa e acho que valeu a pena. No fim da visita, fui almoçar/lanchar e aproveitei para apreciar um dos pratos típicos da Suécia, as famosas meatballs. Bem servidas, eram bolinhas de carne, acompanhadas com beterraba cozida e outros legumes.
Acabei por passar a tarde sentado a ler num relvado circundante, a colocar a leitura em dia e a descansar porque já começava a sentir algumas dores no meu tornozelo afectado por causa do abalroamente que levei uns dias atrás. Foi uma tarde bem passada, pena que tivesse ficado só por descansar, mas já merecia. Apesar de estar a gostar, decidi que voltaria no dia seguinte para Copenhaga. Fui saber o horário do combóios e comprar o bilhete. Na estação, um tipo com idade de avô, dirigiu-se a mim e resolveu fazer-me perguntas de onde era, quem era, o que fazia na vida, o que fazia em Estocolmo, etc ... é claro que fui me afastando do tipo e deixá-lo a falar sozinho. Acabei por comprar o bilhete mais barato, o problema é que o combóio partia às 7 da manhã, mas sem problema já que o sol se levanta às 3h30 da manhã. No final do dia, isto é, por volta das 22h30, voltei para o barco-albergue, sem deixar de passar por mais um momento único de ver o adormecer do sol e também por assistir a uma aula de Karaté em plena cidade. Deu-me vontade ir esticar as pernas e ir treinar um pouco a minha capoeira ...