Fim.

Hoje termina este blog.

Faz hoje/amanhã 1 ano que comecei nesta aventura, e entre muita saudade e sentimento de melancolia, decidi seguir em frente, para Imagens Silênciosas em http://imagenssilenciosas.blogspot.com/

Recordando um ano atrás, este blog nasceu com o empurrão do Bazuca (Luis Ferreira para os bloggers) e começou um pouco sem identidade. Aos poucos fui percebendo que aqui estava uma forma de eu mudar alguma coisa e aprender muito mais. Primeiro comecei a escrever relatos sobre as minhas viagens e fui gostando, depois comecei a escrever outras coisas que diziam muito de mim mas que de alguma forma escondia nas entrelinhas o que realmente estava a falar, por isto mesmo o titulo Mas Que Raio Estou Eu a Falar, e finalmente porque apareceu o Foxy, o meu personagem.
Descrevendo-me, sou uma pessoa que se fecha com tudo e em tempos mais tímido do que agora, e principalmente uma pessoa ligada às matemáticas e ciências. Por isto mesmo, o Mas Que Raio Estou Eu a Falar, ensinou-me (se calhar ainda toscamente) a ligar à escrita, ao prazer de escrever pequenas linhas e assim conseguir demonstrar alguns sentimentos que mais ninguém conseguiria saber se não fosse este estaminé, que o diga a minha irmã que de vez em quando fazia-me com cada pergunta como se não me conhecesse, fonix!!!

Hoje sinto que isto tudo funcionou da melhor maneira, e acho que termino no auge (nem de propósito ontem fui visitado por 2 dezenas de pessoas, um record ... eu sei que há blogs bem mais concorridos), até porque desde à uns meses andava a preparar este dia.
A razão deste fim, passa também por 2006 ter sido um ano deveras marcante por diversas razões, e que os textos aqui publicados vão servir um dia para eu perceber que consegui sobreviver a tudo isto. Com a intenção de perpétuar e de fazer disto uma leitura para guardar numa biblioteca ou estante de livros, procurei algumas possibilidades mas que infelizmente sai muito caro ... no entanto vou fazer os possíveis para oferecer a quem quiser uma cópia deste pequeno estaminé.

De resto, dediquei este blog aos relatos das minhas viagens, dediquei-o ao foxy, dediquei-o aos meus amigos (o penúltimo post não foi por acaso), dediquei-o a quem me leu (ganhei amigos virtuais ... ehehehe!!) e também o dediquei a uma personagem principal (o post do dia 22 desta semana também não foi por acaso) algures a partir de Agosto.

Há gente que costuma cá vir regularmente (ou diariamente) e outros penso eu mais numa só de espreitar. Assim, hoje especialmente, se quiserem perguntar ou fazer alguma crítica, desabafo ou sugestão, estarei disponível para responder, como não foi regra durante este blog.

Espero-vos encontrar no Imagens Silenciosas (ao primeiro comentário ofereço uma fatia do melhor bolo de chocolate do mundo), onde procurarei uma forma diferente de comunicar, fechando novamente a carapaça que se abriu aqui, mas estando livre a poder falar de tudo sem problemas.

Última palavra.
OBRIGADO.

Da amizade

Grande é este sentimento e grande é o seu valor.

Por este sentir, não permito que tempestades de areia, ventos ciclónicos ou ondas gigantes devastem as amarras que me prendem a quem de facto segura-se a mim. Acredito na mais pura água a abençoar este sentimento, e como disse antes, serão amarras tão elásticas que estarão sempre comigo.
Numa conversa com o meu Mestre disse-me ele que, a amizade não se escolhe, a amizade vive-se e vive-se segundo um outro passado em que as mesmas almas se encontraram por um motivo e criaram esses laços e vive-se também para a próxima encarnação, para abençoar a nova vida.
É um sentir que é a base de tudo, da paixão, da fidelidade, da paz, e com este sentir gera-se a vida dos três 'As'.
Sei da felicidade que tenho em ter os 'cavaleiros' (apresento-os novamente BZKRN) a quem devo este sentimento, sei da minha felicidade ao conseguir encontrar outras que me merecem a maior consideração, admiração, carinho e disponibilidade para lhes transmitir o melhor de mim, e por todas estas pessoas estarei sempre aqui, qual farol que está sempre presente a alumiar e acolher quem se sinta perdido.

São estas amarras, que apertam e não aleijam, que seguram e não deixam cair, que enlaçam perdidos e os mantêm à tona, ... e que me fazem viver para amar.

Descongelamentos

TU

Estou em vias de passar ao estado "mentalmente taralhouco".
Desde que certas e determinadas situações aconteceram, que o meu cérebro só processa num sentido.
Por exemplo, ultimamente, tenho sido perseguido pelas seguintes letras T-U.
Incrivel, porque cada passo que dou vejo as letras à minha volta. E então quando vou na estrada é só carros com as respectivas letras nas suas matrículas. Até parece que só existe o TU. E criando mais suspense nesta cena, a coincidência acontece sempre com mais qualquer coisa a acompanhar, por exemplo um som daqueles que mexe connosco ou uma lembrança daquelas para sonhar.
Lembrando algumas das situações, à dias, e já com a esta sensação de perseguição, dois carros à minha frente com as letras TU e UT. Outro dia, vinha um carro pela esquerda com a letra T, pensei eu ... agora só falta o U. Pois, não é que logo atrás vinha outro carro com o U respectivo. Outra situação, ia eu na faixa do meio e quando vejo do meu lado na faixa da esquerda as letras TT, bom pensei eu "agora vejo a dobrar", e dito e feito na faixa da direita um carro com as letras UU na matricula. Arrrrre.
Hoje ao passar na IC22, vinha calmamente a pensar na vida e lembro que não ainda tinha tido nenhum encontro imediato com o TU. Não é que se nesse mesmo instante mete-se à minha frente outro carro com o TTTTTTTTUUUUUUUUU na porra da matrícula, fonix. E depois ainda, mais grave ... à chegada a Moscavide, um carro tenta mudar de faixa e acerta noutro de um modo ligeiro, mas o suficiente para os condutores sairem do carro e verem os ínfimos estragos. Adivinham? Os carros tinham na matricula um T e um U.
O T e o U chocaram hoje de manhã, para mim é a noticia que devia abrir o noticiário das 13h, mas infelizmente é só ficção.


Mas porquê o TU? e só penso no TU?

Da Felicidade

Um dos sentimentos que mais procuramos nesta singela vida é o sentimento da felicidade.
Esta felicidade que por vezes é um sentimento traiçoeiro, pois como qual uma brisa que nos leva numa direcção e sofre um vento contrário provocando uma mudança de rumo, e consequentemente desacreditando o que pensavamos nós ser a felicidade encontrada na brisa que seguíamos.
Um valor a que temos direito, um valor imensurável e que só tem um significado quando de facto ele é verdadeiro, e apesar de sentir também que é algo tão volátil que tanto está lá em cima como logo está cá em baixo, só faz sentido quando é expresso em emoções puras e únicas.
É díficil caracterizá-la, admito que ela tenha um caminho próprio, mas não quero cometer o erro de a direccionar por um caminho e depois não a descobrir da mesma maneira num destino próximo.
Dos rumos que se tomam e rotas que se seguem, nunca saberemos qual a felicidade que nos reserva, mas por vezes essa opção tem de ser tomada para descobrir que por detrás de uma nuvem negra pode estar a brisa que nos leva nesse sentimento de felicidade.

É algo que se vive, experiencía-se e devolve-se.
Não a sentindo da mesma maneira que outros, e achando que por não me sentir feliz, não me irei tornar infeliz, desejo sim, que a felicidade de todos os meus ... seja a minha também.

A minha razão, serve-se do fundamento de encontrar sorrisos fáceis e alegrias constantes para dar sentido à minha busca e do fundo deste coração, do fundo daquele baú escondido, quero especialmente a ver felicidade nos teus olhos, que a procuremos sem receios e que a vivas eternamente.
Como sempre, para sempre, para ti, e para todos os meus ...

Foxy Viagens - Barcelona (III)

... continuação de Barcelona II .

Dia 9 de Dezembro. Nessa noite acabei por não sair com o pessoal dos Lofts, optei por dar uma volta pelo Barrio Gotic e ir ao El Borne que tem umas noites animadas. Mas como estava sozinho, foi mais um passeio que fiz durante a noite naquelas ruelas.
No dia seguinte, fui visitar o Camp Nou. É enorme a história daquele clube e para quem gosta de futebol, foi muito interessante perceber a grandeza do mesmo e a grande rivalidade que mantém com o Real Madrid. No museu, lá estava também várias fotografias do Figo, ao lado de outros grandes jogadores, como foram Cruyff ou Maradona. Foi mais que uma manhã a visitar o Estádio e Museu do FC Barcelona.
À tarde desci até à outra ponta da cidade e fui ver a Sagrada Familia. A Sagrada Familia é uma futura catedral de Barcelona desenhada e arquitectada por Gaudí. Se algum dia finalizarem a construção daquele monumento, vai ser uma das maravilhas deste mundo, pois está mesmo muito bela. Antes de terminar este dia, ainda fui visitar a outra ponta da cidade a fonte luminosa de Montjuic, Pelas fotografias é uma fonte bastante linda, mas naquela altura estava em obras e não pude ver nada de interessante.
À noite, voltei a sair com o pessoal dos outros Lofts. Mas ainda fiquei indeciso porque no meu loft, apareceu lá um grupo que de japonesas e uma brasileira que decidiram ir a outro lado e convidaram-me, mas optei pelos Australianos e Neo-Zelandeses. A saída foi muito fixe, e fomos a um local fora de Barcelona aonde havia uma festa privada que tivemos (meio) acesso. Foi divertido. Na despedida, troquei com os Australianos e-mails e outros contactos, com pena de não os ter conhecido mais tempo. Hoje esses contactos infelizmente perderam-se.

Eram umas 5 da manhã quando cheguei ao Loft e tinha que acordar cedo para apanhar o avião de volta às 9h da noite. Lá dormi a minha curta hora, e já de volta para o aeroporto parei ainda no Hard-Rock Café para trazer a t-shirt local para a minha colecção.
Neste regresse deu-se uma coisa bastante curiosa e que só acontece a quem viaja assim sozinho. Acabei por conhecer uma portuguesa que viaja nesse dia também com o mesmo destino e avião. Estava a fazer um ano sabático em na Universidade de Barcelona e ia de férias por uns dias ao Porto. Não gostava de andar de avião, aliás, gostar não será o termo indicado, era mais pavor. Acabamos por fazer companhia um ao outro e ela ainda mais contente ficou por assim poderia se distrair um bocado do andar de avião. Acabou por ser uma viagem calma e sem problemas.

Acabaram aqui as minhas viagens de aventura. Aprendi muito. Como disse à uns meses atrás, conheci os meus limites, conheci-me a mim mesmo. Não partilhei o que vivi até hoje, mas quero de certeza partilhar este meu prazer de viajar com mais alguém. Foi uma das sensações com que saí de Barcelona. A outra foi o arrependimento por não ter saído deste país quando devia ter saído. Há tanta coisa que podemos aprender ao viajar, que é impossível aprender ficando no mesmo sitio. Acho que o aprendizado das culturas é o maior aprendizado que o ser humano pode ter, não são cursos universitários, não são apenas leituras de livros que transmitem conhecimentos, mas sim o aprender conhecendo as culturas. Em viagem aprende-se, olhando, escutando, cheirando, descobrindo, falando, participando, sentindo.

Para quem me acompanhou aqui nas minhas histórias, o meu agradecimento pelos comentários e leituras. Se vos consegui transmitir a partilha que queria fazer convosco, já me sentirei que valeu a pena perpétuar estes relatos num blog. Despeço-me com a intenção de vos oferecer ainda mais um bocadinho disto aqui para se lembrarem do que é para mim .... Viajar.

(Próximo destino .... Barcelona?!?!!?? ... e não, não é engano ...)

Per quando?

Desidero che…
ci è un foro nel mio cuore.
Quello può essere riempito soltanto da voi.
Pensando voi, lo bacio per voi.

Comic Hero

A comic hero is someone who lives under a mask, to protect his identity.
Since some weeks ago, i'm using a mask that has been used to live as a normal guy. Well, i'm not really a "anormal" person, but for some moments i feel that something it's not so "normal". Living behind this mask, just to hide others feelings, and keep my friendship and joy above everything is a mission for a comic hero. And for some other moments, i know that this comic hero, who supports the mask, is very brave because it's so dificult to keep on this mask, everytime and everywhere. But after all, i know that, "courage", "luck" or "confidence" is missing in my comic hero.
He is like a tragic comic hero ... as Foxy is a tragic comic.

Foxy-Cine "Babel"

Não sei se gostei ou não.
O filme é interessante, do ponto de vista de procurar perceber o que o realizador, Alejandro Iñarritu, tentou passar com esta história (ou conjunto de histórias).
Babel (não sei se este nome está bem escolhido, pelo significado bíblico que tem), para mim fala de como o ser humano pode tomar decisões que envolvem ele próprio ou outros da sua responsabilidade em condições bastante extremas. A intensidade dramática deste filme vai aumentado ao longo da história através do acumular de várias situações, que vividas pelos personagens são de facto de fazer doer corações, e não são de modo algum para sentimentos mais sensíveis. Gostei de facto da forma como Iñarritu construíu este intenso drama, mas depois como que dizendo que afinal nada disto aconteceu e está tudo bem e ninguém saíu mal, criou um twist final que se fosse eu nunca pensaria assim. Foi como, por um lado ter deixado margem para pensar no que seria se algo tivesse mesmo acontecido, mas por outro ficamos sem o facto de concretizar o final da história. Para mim é um filme sem final, ou uma história que nos contam e depois não a finalizam.
Há um momento que não posso deixar de falar, que é quando o Richard resolve "pagar" a ajuda do seu amigo Anwar, e ele não aceita qualquer dinheiro. É um momento que define muita coisa, e são destes momentos que sentimos que vale a pena viver nesta vida.

Gostei muito, foi da música que acompanha o filme. Gustavo Santaollala, o mesmo de Brokeback Mountain (onde ganhou o óscar) e de North Country (onde também já tinha gostado da sua OST, como se pode ler na minha opinião sobre este filme), voltou a ser em determinados brilhante com a sua guitarra espanhola. O final do filme é, apesar de tudo, um excelente momento de interiorização acompanhado pelo som da guitarra, e que se prolonga até fim da ficha técnica.

Quando vi o filme, veio-me à memória a minha viagem pelo Atlas. Atravessei aqueles locais bastante iguais, isolados nas montanhas e que são mostrados no filme, passei por aquelas aldeias de barro, revi as vistas que alcançam o fim do continente, senti os mesmos olhares das gentes que vêm ter connosco e a quererem ajudar sem pedir-mos, e toda aquele ambiente de fim de mundo, fez-me lembrar que já me senti um pequeno grão do deserto no meio deste mundo.


Citações:
Yussef: I killed the American, I was the only one who shot at you. They did nothing... nothing. Kill me, but save my brother, he did nothing... nothing. Save my brother... he did nothing.

Gulosices

Esta semana retirei toda a tralha do meu módulo de gavetas e coloquei lá dentro 1 barra (das grandes) de chocolate preto, 1 saco de rebuçados "bola de neve" e 2 embalagens de bolachas com recheio de baunilha.

Agora apetecia-me só umas bolachinhas de água e sal para desenjoar ... e voltar aos chocolates novamente.

Sonhos

Ultimamente há sonhos que me perseguem. Ou será que sou eu que corro atrás deles?

Tratando-se de algo que acontece no subconsciente e que nós não temos controlo absoluto, pressuponho que sejam eles a perseguir-nos em vez de sermos nós atrás deles. Mas os sonhos não são mais que os desejos e ansiedades da nossa parte expressas em imagens, como no cinema em que a sala é o nosso subconsciente. Então, fico na dúvida. Se estes sonhos fazem parte dos nossos desejos e ansiedades, então são já pré-seleccionados por nós de algum modo, levando-nos a escolher inconscientemente a história de filme que iremos ou queremos ver.

Assusta-me imenso, crer que estes sonhos são assim mesmo, desejos meus. Assusta-me, porque ultimamente persigo algo que era capaz de tornar feliz outros momentos, mas que infelizmente a realidade não o proporciona. Há coisas que nos devemos afastar, mas há outras que nos movem de encontro por uma razão muito forte. Assusta-me que os mesmos sonhos acompanham-me durante muito tempo, e assusta-me ainda mais sentir dependente deles cada dia que passa, embora possam pertencer às minhas vontades.

Um dia, um poeta nosso, escreveu que os sonhos comandam a vida. Ligo-me a isto porque acredito, mas devo continuar a sonhar sempre com o mesmo?

Uma amiga disse-me que o significado para quem sonha com a Morte é uma longa vida. E qual o significado para um sonho que acontece por diversas vezes mas com a mesma personagem principal? Significará meio caminho para a doidice e outras paranóias?

É certo que isto não leva a nada. Só alguns palermas ou idiotas como eu podem pensar que isto de facto vai levar-me a algum lado. Infelizmente continuo a acreditar que sim, ou seja, a apalermar sobre este tema, e como palerma mais velho, com as trapalhadas que arranjo e por de facto ser também um puro idiota, vou continuar a fazer ainda mais trapalhadas. Isto porque nestes dias, depois de sonhar com a Morte, sonhei com outra Vida e resolvi deixar este mundo (apaguei completamente) em cerca de 5 minutos. Pois visto, só um palerma idiota é que é capaz de fazer estas trapalhadas.

P.S. Depois de ler este texto, fiquei com a sensação que está um bocado paranóico. Não é para ligar mesmo ... deve ser dos sonhos.

Foxy Viagens-Barcelona (II)

... continuação de Barcelona (I).

Dia 8 de Dezembro. Nesse dia acordei cedo para organizar a minha vida por essa bela cidade. Depois de tomar o pequeno almoço ali mesmo nas Ramblas, optei por ir tomar pulso à cidade e conhecer o Barri Gotic e o El Born. O Barri Gotic é a parte velha da cidade composta por ruas estreitas e escuras, rodeadas de edifícios antigos e altos. Foi neste bairro onde por exemplo Picasso viveu e trabalhou, e logo aproveitei para ir visitar o primeiro ponto de interesse de Barcelona, o Museu de Pablo Picasso. Foi excelente fazer esta visita. Aprendi imenso da obra da Picasso e vi muitas coisas espectaculares deste grande mestre da pintura e desenho. Foi uma bela forma de começar a conhecer Barcelona. A seguir, continuei no famoso El Born, que é um espaço característico do Barri Gotic, onde podemos encontrar vários cafés e alguns "tapas bars" característicos desta região de espanha. Foi quase um dia inteiro a descobrir os recantos do Barri Gotic e digo a quem não visitou Barcelona que vale muito a pena passear nestas ruelas de labirintos. De tantas ruas que passei acabei de por encontrar o museu do chocolate, .... humm que delícia foi visitar este museu e saí de lá já com uma certeza. Como era Dezembro, já sabia que prendas de Natal iria oferecer aos meus amigos. As caixas de chocolate tinham uns bonbons divinais. Depois acabei o dia a comer um paella de pollo muito boa. Não conhecia bem este prato mas adorei o que comi. Agora tinha mesmo vontade de voltar a comer uma bela paella (se calhar seria uma boa oportunidade para aprender a fazer este prato na minha cozinha para se comer na minha nova mesa rústica de 2metros e que dá para 10 pessoas sentadas ;) ... )
Depois de jantar, voltei para arrumar as minhas coisas e planear sair à noite com o pessoal do Loft. Quanto não foi o meu espanto quando encontro lá no apartamento 3 novas colegas de estadia. 3 californianas (diziam que não eram americanas) 1 delas muito gira que estavam de visita a Barcelona e iriam ficar por lá uns dias. Pensei logo que a minha companhia para a noite já estava arranjada. Comentei que iamos sair e se elas quisessem vir, que era fixe. E assim foi, partimos os 4 para a noite e nos encontramos com a Caroline. Quem é a Caroline, ... é uma sueca que está a viver em Barcelona e que nos arranja as entradas para os diversos locais de diversão. Acabamos por sair e voltar a encontrar outro grupo de Loft's. Um grupo bastante grande e divertido, pois entre eles eram Australianos (sempre com um copo na mão), Neo-Zelandesas e Americanas. Estavam todos a estudar em Londres e resolveram viajar até Barcelona para curtir um bocado. Foi uma noite muito fixe apesar do primeiro contacto com os Australianos ter sido um bocado dificil porque os tipos a falaram "Australiano" é tipo ver os Madeirenses a falar português com sotaque, mas de longe eram os mais animados. Fomos ao La Paloma, uma discoteca num espaço espectacular e com um ambiente muito agradável. A noite foi longa.
Apesar da noite longa acabei por no dia seguinte acordar cedo para visitar a Casa Batlo, a La Pedrera e a Casa de Gáudi que se situava num dos parque mais bonitos de Barcelona, o Parc Guell. No Parc Guell, passei lá a tarde, sentado nos relvados a desenhar e a parar no tempo. Foi tempo de introspecção e tempo de recuperação de energias, quer da noite anterior, quer de outras energias que precisava na altura. Aqueles que hoje estou a precisar, que me faltam e não sei aonde ir buscar.

demónios

A sala vazia e escura, com duas entradas que permitiam circular no espaço, prostrada em cima de uma murada de pedra, jazia um corpo esbelto e inerte. Pequenas chamas, que queimavam pavios de pequenas velas, davam vida às curvas de sensualidade naquele corpo coberto por uma fina e transparente veste. Estendida sobre a pedra fria, protegia o peito com um dos braços, dificultando a visão sobre o seu seio, aproximava-se e sentia o cheiro quente do sangue, cada vez mais intenso e toda aquela volúpia apoderava-se na escuridão daquela sala. A intensidade era cada vez maior, e sentindo um ar quente a contrariar o frio cortante, a mão gelada deslizou e subiu-lhe por entre as pernas num toque suave e delicado. A tortura de querer lamber aquele sangue, impuro, de um cheiro deliciosamente irresístivel, que os dedos absorviam, perfeitamente aconchegados naquela gruta, opunha-se contra a natureza de ter de alimentar de sangue puro. A tentação que qualquer vampiro sentiria, fez debruçar sobre o peito desnudado sentindo o pulsar do coração, enquanto a mão permanecia por entre as pernas em ligeiros movimentos, arrancando-lhe suspiros de prazer silencioso.
A vontade de acaríciar e senti-la fisicamente, resumia-se na contemplação à luz da sua beleza e à vontade em querer-se alimentar do sangue, sem lhe fazer mal nenhum. Num momento de fraqueza, num raio de trovão, como que despertada para a vida, num assomo de raiva e prazer, arqueou o seu corpo em direcção ao tecto descobrindo aqueles maravilhosos seios, numa metamorfose apocalíptica soltou-se do seu estado latente e emergiram aqueles dentes que se cravariam no pescoço antes debruçado sobre si. Num horrivel grito de desespero que ecoava por aqueles paredes surdas, fazia com que a vida daquela mulher fosse reactivada pelo sangue que pretendia ser alimentado pelo sangue dela própria. Num instante, debruçada sobre quem apreciava a sua beleza e sentia o seu prazer, a sua fome fez sugar o sangue completamente daquele ser, ficando um corpo mirrado e desfalecido, caído naquela sala.
A mulher voltou a tombar, caindo sobre o corpo do seu criador.

Erros

Hoje penso que poderia ter seguido outros caminhos, tomado outras decisões e feito (ou não feito) outras coisas.
Ontem achava que eram as correctas.
Amanhã, apesar de arrependido, tomaria as mesmas acções.

Não se trata de aprender com os erros, mas sim daquilo que sou, que sinto e que acredito, por ti, por mim e por todos.

Da música

Não conseguiria imaginar uma vida sem o acompanhamento da música, porque ela funciona como um meio de transporte nesta vida. Um transporte invisível, mas que nos consegue fazer viajar por todas as direcções e lugares, e também fazer-nos sonhar com sonhos de que somos prisioneiros. É assim como a vejo, invariavelmente com o pensamento suportado por melodias e traulitares de várias sonoridades e ritmos, começa-se a viajar desde que sonhamos de noite e acordamos de dia, e viajamos mesmo sem conhecer o som que nos transporta e depois como que sem querermos e sabermos, já estamos lá no alto, por entre melodias tristes, alegres, leves ou pesadas ... sempre a viajar.

Queria aqui deixar um excerto de uma letra de música que me faz viajar e que é aquilo que desejava que acontecesse ... mas não tenho coragem.

Foxy Viagens - Barcelona (I)

A última etapa, Barcelona.

Depois das aventuras e desventuras de viagens passadas, encontrava um destino mais perto e menos aventureiro. Barcelona já me tinha cativado de outras formas, desde postais ilustrados que me fizeram daquela cidade, até à cultura que se vive naquela capital da catalunha. A ideia que tinha da cidade era de ser culturalmente muito activa e com várias opções de lazer e diversão. Foi o que encontrei lá, além de ser também uma cidade muito bonita em termos urbanísticos.
Aproveitei a ponte com um feriado para fazer um fim de semana prolongado e voei até lá. Saí de Lisboa no ínicio da tarde de 7 de Dezembro, uma quarta-feira e cheguei no Domingo seguinte, foi uma viagem pequena e interessante.
Foi também um escape para perceber melhor a forca em que acabava de me meter, já que tinha acordado a compra da casa nessa semana. Foi um bocado "comprei casa e vou-me embora daqui" ...

7 de Dezembro, nesse dia ainda trabalhei da parte de manhã e lá fui eu com a mochila para o trabalho. Foi um dia menos complicado que o habitual, pois como se sabe, todas as vésperas de férias tenho sempre outros afazeres de última hora, mas neste caso, não foi o que aconteceu. Saí por volta das 14h e segui de autocarro para o aeroporto. À parte de me ter enganado na paragem do autocarro aquando da chegada ao aeroporto, até entrar no avião as coisas correram bem. A viagem pela Vueling foi muito boa e na chegada a Barcelona revivi e lembrei-me dos momentos que aconteceram na minha última viagem. Desde o episódio dos chocolates derretidos no bolso das calças, à mochila que desapareceu e as "esperas" para entrar no avião. Chegava ao fim do dia, e já noite escura segui as indicações que me deram para encontrar o LOFT aonde iria ficar. Tive imensa sorte, porque este LOFT ficava mesmo na rua mais movimentada e conhecida de Barcelona, precisamente nas Ramblas.
Este LOFT em Barcelona era basicamente um apartamento, que em todas as divisões do apartamento são preenchidos com beliches e camas para dormir. Depois são alugados a preços muito baratos e acessíveis para quem viaja de mochila às costas, conhecidos como os BackPackers. Os tipos que gerem estes LOFTs são gente nova, simpáticas e sempre dispostos a ajudar pessoal em viagem, e neste caso tenho de lhes dizer que foram mesmo muito porreiros no contacto que tive com eles desde o primeiro momento.
São também interessantes estes sitios de recolher, porque além de serem baratos, obviamente, permitem-nos conhecer muita gente. Foi o que aconteceu em Barcelona, nunca em viagem nenhuma encontrei tanta gente para sair e de tão variados destinos, desde Italianos, Americanas (perdão Californianas), e mais Americanas, Ingleses, Australianos (gandas malucos, e malucas), Neo-Zelandeses, Japonesas e Brasileiras. Em quatro dias foi demais.

Assim que me instalei no LOFT, estavam lá 4 Italianos e que já estavam de partida nessa noite, mas foi o tempo suficiente para falarmos um bom bocado. Acabei por nessa noite só dar uma pequena volta pelas Ramblas e ir descansar.

Foxy-Cine "O terceiro passo"

Do realizador Cristopher Nolan, o mesmo de outros grandes filmes como Memento (muito bom mesmo) e Insomnia, e já agora do blockbuster "Batman-the Beginning", este "the Prestige" é mais um grande filme para este realizador.
Um filme que segue uma narrativa partida, situação também já experimentada pelo realizador em Memento (e em grande escala), e que faz desta sua forma de contar histórias a sua marca pessoal, e como a executa muito bem, ... pois então que continue assim sempre a fazer excelentes filmes.
Ainda sobre a realização, um muito apreciável "narrador" interpretado por um próprio personagem do filme e um grande actor que é Michael Caine, cria uma perfeita ligação entre os vários momentos da história.

O tema da magia (como em o Ilusionista) mais uma vez abordado em cinema faz com que os espectadores estejam "pregados" à cadeira durante o filme, procurando adivinhar quais os truques sempre que as magias vão acontecendo, parece-me ser uma fórmula interessante para o cinema até porque o cinema também é magia.

Dos actores, há uma competição entre 1 grande actor (Cristian Bale - desde o "Psicopata Americano" tem vindo a progredir nos filmes que vai fazendo) e um Hugh Jackmam (que tenta desvincular-se da pele de Wolverine) que tentam superar-se um ao outro. Nesta competição, onde a vingança, a inveja e o respeito pelos "poderes" de cada um, e que servem de base à história, são exemplos de como a sociedade da época era vista, e que também pode muito bem fazer parte da nossa sociedade.
Depois há a Scarlett. Mais uma vez na pele de loira que destrói lares e que tem a capacidade de nos deixar presos à tela por muitos instantes. Apesar de estar num papel secundário a força que esta actriz demonstra no écran é sinal de ser uma daquelas grandes actrizes.
Aparece também a Piper Perabo que para mim é outra actriz com enorme potencial, que desde o "Coyote Ugly" nunca mais a vi, e foi com enorme supresa que a vi neste elenco. Surpresa foi também ter visto o David Bowie!?!? ... sim era mesmo ele a fazer de "inginheiro" e um Andy Serkis (Gollum, do LOTR) em personagens mais secundárias. Gostaria de um dia ver o Andy Serkis com um grande papel, acho que o tipo pode valer umas personagens excelentes e não ficar tão escondido sob efeitos, máscaras ou figuras menos vistas.

Não é costume, mas este também seria um daqueles filmes que o veria mais do que uma vez no cinema.


Quotes:
Cutter: Every great magic trick consists of three acts. The first act is called "The Pledge"; The magician shows you something ordinary, but of course... it probably isn't. The second act is called "The Turn"; The magician makes his ordinary some thing do something extraordinary. Now if you're looking for the secret... you won't find it, that's why there's a third act called, "The Prestige"; this is the part with the twists and turns, where lives hang in the balance, and you see something shocking you've never seen before.

Robert Angier: Just to see... the looks on their faces...

Sarah: No more lies. No more secrets.
Alfred Borden: Secrets are my life.

Alfred Borden: See? He's fine!
Boy: But where's his brother?
(só de pensar que neste diálogo é revelado o segredo do truque principal deste filme até dá vontade de o ver novamente)

Voltei ...

Dois meses depois de uma rotura muscular, voltei.
Foi um treino para descontrair e para quebrar o corpo.
Voltei e senti-me bem.

Voltei e senti ser novamente o guerreiro como Besouro, e voltar à minha luta.
Voltei para dominar a ansiedade e não fugir do que quero.
Voltei para aquilo que a sinto-me destinado.
Voltei para lutar pelos sonhos que se escrevem.
Voltei para ver a tua felicidade.
Voltei a ganhar forças para fugir da minha tristeza.

Para 2007

De entre outras resoluções de 2007, de certeza que não vou faltar a pelo menos estas 3:

- dia 25 de Maio de 2007, concerto de Dave Matthews Band. São muito bons estes tipos, e finalmente resolveram aparecer por cá. Espero que não desmarquem por motivos de força maior, e por falar em desmarcar se alguém quiser desmarcar neste dia comigo... esteja à vontade.

- Curso de escalada. O curso de mergulho fica para depois deste, para já ... (calma amigo B. mesmo que o faças sem mim, acompanharei-te mais tarde. Não morro sem fazer o curso de mergulho, que já está entalado à imenso tempo)

- A outra resolução já está tomada e a caminho, e tem a ver com coisas as que vou dizendo por aqui ...

Dia 1, Da Paz

Paz.

Porventura a palavra com mais significado em qualquer parte do mundo. Pela Paz faz-se a guerra. Pela Paz soltam-se pombas brancas. Pela Paz discute-se. Pela Paz evocam-se Deuses. Pela Paz sobrevive-se. Pela Paz morre-se.

Parece-me cruel, mas todos nós desejamos a Paz independentemente das nossas crenças e ideais, e no entanto desejamos só a nossa Paz, aquela que serve só a nós, e não a outra Paz, aquela que serviria a todos. Como é possível haver mais que uma Paz, sendo o "nós" parte integrante de um só planeta. Da Paz que nos poderia ser útil, aquela que de facto nos compromete perante o próximo, é a Paz que vive da Compaixão, da Tolerância e da Coexistência entre todos, e por ser tão difícil juntar estes elementos é por isto mesmo que devemos lutar cada vez mais.

Infelizmente a Paz é uma consequência da Guerra, e recíprocamente. Infelizmente porque sem a Guerra não haveria a Paz, e para haver Guerra tem de haver Paz. Por mais que lutemos pelos valores da Paz, teremos de ter sempre a Guerra para nos fazer distinguir da Paz.

É um mundo de contradições em que vivemos.