quarta-feira, novembro 29, 2006

Ilusão ...

...,
de um olhar furtivo mas doce,
que acarícia e fere quando enternece num olhar incisivo,
tal qual uma fêmea leopardo que fita sua presa distraída.

Espairece tudo num sorriso,
... selvagem,
... de menina,
... lindo,
... do tamanho do mundo,
que reluz ao brilho, como quem mata naquele olhar.

segunda-feira, novembro 27, 2006

Foxy-Cine "O Ilusionista"

E como quem não encontra neste mundo um fio condutor que determine um sentido de vida, num mundo de ilusão esse fio pode ser encontrado. Da forma como o cinema é mágico dentro daquelas 4 paredes, é da mesma maneira que uma ilusão pode fazer crer que esse mesmo sentido de vida esteja expressa e escondida num balde de ferro por exemplo.
Da magia do cinema ou da ilusão de nossos sonhos, a distância não é assim tão longe.
Em "O Ilusionista" o que vi foi que estas duas coisas fundiram-se em 2 horas de cinema, e que fizemos parte de um número de magia. Assim, fará sentido concretizar explicações para tamanhos actos ilusórios? Fará sentido procurar a verdade quando o que guia a nossa vida, são sonhos e ilusões?

O filme é basicamente uma história de um amor impossível. Da capacidade que dois amores têm em sonhar na ilusão de que um dia, ao virar da esquina, o encontrarão e ficarão para sempre juntos. Da capacidade de ludibriar as mentes mais cépticas na crença de uma ilusão. Do contrasenso do ilusório com o cepticismo decorrente na sociedade da altura.

Um filme de excelente fotografia, com uma boa música de fundo a manter a nossa atenção, e com boas interpretações do Edward Norton e Paul Giamatti, ... e para se ver numa sala de cinema, porque só aí é que a magia e ilusão perdurará.

Que da minha ilusão se concretize em magia de sonhos actuais ...

domingo, novembro 26, 2006

Foxy Viagens - Escandinávia (VI)

.. continuação de Escandinávia (V)

Finalmente já estava aliviado de ter a mochila comigo, e agora só tinha de refazer os planos de viagem. Inicialmente e se tudo tivesse corrido bem, a ideia era efectuar o triângulo Escandinávio, ou seja, viajar entre Copenhaga, Estocolmo e Helsinkia. Oslo, na Noruega podia ser hipótese se houvesse oportunidade, mas não estava com a ideia de ir lá. Assim e devido à minha situação, de ter "perdido" 3 dias em Copenhaga, pensei em ir só a Estocolmo e ficar uns 3, 4 dias e depois voltar. Estocolmo, porque era a capital que ficava mais perto e com melhores possibilidades de viagem a partir da Dinamarca, e também porque era a outra cidade que queria visitar.
No dia 8, uma terça-feira, durante o passeio vespertino efectuei a compra dos bilhetes de combóio para Estocolmo, e lá fui fazendo planos para o dia seguinte.

"O Barco"

Dia 9 de Junho, quarta-feira. Cedo saía do Sleep-In-Heaven, com direito a um até já, porque como iria voltar ainda a Copenhaga, este seria o local para ficar novamente. Devo dizer que este hostel é muito fixe com um ambiente excelente.
Pelas 8 da manhã estava eu a entrar no combóio que me iria levar primeiro a Malmö e só depois, já na Suécia, apanhava outro combóio directo para Estocolmo com direito a algumas paragens (rápidas) pelo meio.
A viagem de Copenhaga para Malmö, é uma viagem muito rápida, mas muito interessante de se fazer. Estas duas cidades de países diferentes estão, separadas por uns 8km de distância e pelo Mar Báltico, e a fazer a junção destas, existe uma ponte que para mim é uma das maravilhas que Homem foi capaz de construir. Porque não é uma ponte qualquer, é uma ponte de dois tipos de vias, ferróviária e rodoviária, e que começa em Copenhaga e depois no meio do Mar Báltico, entra pelo mar adentro e atravessa-se o mar debaixo de água. Foi mesmo muito interessante sentir-mo-nos a mergulhar no mar, dentro de um combóio e ver desaparecer o céu e sentir que o mar está em cima de nós.
E chegado a Malmö, não houve dificuldade em trocar de combóios e seguir viagem para Estocolmo.
Em viagens deste género é muito interessante viajar de combóios. Primeiro porque podemos apreciar a paisagem e com calma ir fotografando e ir criando na nossa memória as nossas "fotografias" de viagens, depois porque podemos ter a oportunidade de conhecer sempre mais alguém e arranjar quem sabe uma boa amizade (isto é de já andar a ver filmes de mais), e finalmente porque podemos descansar e aproveitar para colocar as leituras em dia ou mesmo usar o combóio como meio de passar as noites e não ter que pagar estadias em pousadas ou hoteis.
Nesta viagem, por acaso ia sentado num dasqueles bancos de 4 passageiros todos uns virados para os outros, que dá para jogar às cartas se houver 4 jogadores. E por acaso em Lünd, uma miúda gira até se sentou num dos outros 3 bancos que estavam disponiveis e à minha frente. Por acaso também não havia muita gente a viajar naquele dia e a carruagem ia de certa maneira vazia. Mas com tantos acasos não tive oportunidade de estabelecer contacto e conversa com a rapariga porque ela resolveu adormecer e ficar ali especada, e eu tive que me contentar com a minha leitura e com as belas paisagens da Suécia. A rapariga acabou por acordar uma paragem antes de Estocolmo e sair em Norrkörping. As paisagens na Suécia surpreenderam-me. São imensas as planícies e vales pouco profundos e tudo muito verdejante, desde grandes espaços relvados e bosques bastantes densos de árvores bravas. Lembrei-me logo que os móveis do IKEA viriam daqueles bosques e florestas. Isto deve ser assim no verão, porque nas outras estações do ano, aquilo deve ser só branco e mais branco do gelo e neve que lá deve haver nessas alturas.

Cheguei a Estocolmo 7 horas depois de sair de Copenhaga, e tratei de logo de procurar um sitio para ficar. Não tinha feito reserva nenhuma, e nem sabia exactamente o que podia encontrar. Não tinha mesmo preparado nada para Estocolmo, foi mais uma daquelas coisas que me deu e achei que na altura resolveria onde ficar. Nestes países, o nível de vida é um bocado acima do nosso nível de vida cá em Portugal, por isso é tudo um bocado mais caro. Com base nesta premissa, de que teria que encontrar um sitio barato para ficar, fui à procura no balcão de turismo da Central Station de Estocolmo um albergue ou pousada. Dirigi-me ao balcão, expliquei o que procurava e eles muito simpáticos (mais uma sueca) lá me ajudaram a procurar. Depois de encontrado um sitio e confirmado a minha estadia por lá, deram as indicações para lá chegar. Tinha de apanhar um metro até uma determinada estação, e depois andar um bocado e lá encontrar o sitio. Disseram que era mesmo junto ao cais e lá fui eu, seguindo as indicações até Gamla Stand (baixa da cidade). Estocolmo é uma cidade que está rodeada pelo Mar Báltico e parece-se mais como um pequeno arquipélago, porque existem várias pontes que fazem a união de pequenas ilhas e a sensação que me deu era de estar sempre a saltar de ilha para ilha. Quando cheguei ao local que me tinham indicado, e para meu desespero, não encontrava o raio do albergue aonde iria ficar. Bem que procurava que não encontrava. Mesmo algumas pessoas a quem eu perguntei não sabiam aonde ficava o albergue. Às tantas vejo escrito nuns mastros de um barco que estava atracado no cais o nome que procurava. Não estava a acreditar, o albergue, era mesmo um barco que funcionava como um albergue normal. Com quartos-beliche, sala de estar, cacifos, WC, e tudo o que se pode encontrar num sitio destes. Incrível, já estava mesmo a imaginar como é que iriam ser as noites ... a balançar na corrente das ondas. Lá me acomodei no dito barco e beliscava-me só de pensar no que estava a meter ...

sexta-feira, novembro 24, 2006

Um Bom Natal

Nem será deste tempo, quer esteja a chover torrencialmente ou a nevar compulsivamente, nem de aborrecimentos extras que possam ter acontecido, e nem das tristezas que em mais um ano se foram acumulando.
A vontade é mesmo hibernar até que chegue o Inverno e que este advento passe mesmo muito depressa. Mau feitio ou não, dispenso com toda a vontade este tempo.
Advento, é sinónimo de preparação de novos tempos, de preparação de novas esperanças, de alegrias novas que nos invadem e sejam responsáveis pelos sonhos que vamos fomentando.
Ao mesmo tempo que morre um ano velho, ao mesmo tempo que se celebram datas, existem ainda por este mundo fora milhões de almas que procuram um alento ainda, que passaram um ano sem esperança, sem alegria e sem sonhos porque os novos tempos para eles são sempre os mesmos velhos tempos que todos os anos chegam e não mudam nada.

Por isto ...

quarta-feira, novembro 22, 2006

Esquissos e Esboços IV

Ainda a pastel ....


... uma boca-de-algodão.

segunda-feira, novembro 20, 2006

De Viajar

Como adoro viajar.

Gosto de descobrir culturas novas em jogos de cores que povoam locais desta terra, gosto de descobrir novos olhares escondidos por entre labirintos de ruas desconhecidas, gosto de descobrir outros cheiros que dão vida a cada minuto que inspiro novos ares, gosto de partir e perder-me em destinos desconhecidos, gosto de me descobrir como um grão de areia neste imenso mundo.
Viajar é parar no tempo, ... e ver, olhar, escutar e sentir.
Um dia em Florença, a cidade que tenho de voltar novamente, fiquei uma tarde sentado numa piazza a sentir a energia que emanava daquelas gentes, daquela cidade. Era um prazer imenso estar naquele momento a deixar-me levar com aquelas sensações.
Como complementos de viagem, trago a minha fotografia e a minha aventura.

De posts anteriores
, em "Check-in"
"[...] e que pelo menos uma vez na vida tentem viajar sozinhos, vejam o vosso limite e aproveitem a viagem interior que vão aprender a fazer ao viajar desta maneira."
,
em "Itália IV"
"[...] Foram várias as vezes que parei e olhei. Revivi, reflecti, fotografei, e dei por mim a prometer um dia voltar, com mais alguém e partilhar tamanha beleza."

Em jeito de resposta, viajei sozinho para encontrar os meus limites e fortalecer as minhas ideias. Viajei sozinho para descobrir o que não conseguiria descobrir se não estivesse sozinho. Viajei sozinho por opção. Viajei sozinho também por não ter companheiros de viagem. É solitário viajar sozinho, custa, e pode ser díficil de entender, mas também pode ser um desbloqueador de outras amizades. Contudo a minha maior solidão é não poder partilhar as minhas emoções com mais alguém.

domingo, novembro 19, 2006

Foxy Viagens - Escandinávia (V)

... continuação de Escandinávia (IV)

Depois deste meu encontro imediato com um indivíduo de bicicleta, no qual me tinha atingido no meu tornozelo, e ainda sem sentir problemas alguns na zona afectada, dirigi-me para o Sleep-In-Heaven para saber se já havia novidades sobre a minha mochila.
Entretanto, sentia que esta minha viagem não estava a correr lá muito bem. O facto de querer vir até à escandinávia, era poder visitar as cidades de Copenhaga, Estocolmo e Helsínquia ou Oslo. Infelizmente as coisas não estavam a correr bem, e depois também porque não estava a disfrutar da cidade ou do país. Precisava de ter mais algum tempo e "cabeça limpa" para visitar alguns dos castelos neste país e também poder visitar a "Legolândia" que ficava um bocado mais a norte.
Ainda com esperanças de que a minha mochila chegava neste dia e podia finalmente reorganizar a minha viagem, seguia em direcção ao Hostel. Quando lá cheguei, fui logo perguntar aos empregados se tinham tido novidades sobre as minhas coisas. Lá o pessoal reveza-se todos os dias, eram 2 gajos e 3 miúdas que trabalhavam no hostel e que zelavam pela boa estadia dos hóspedes. Cada dia que passava acabava por conhecer uma pessoa nova e contar a minha história, apesar de sentir que eles entre eles, já a tinham partilhado. E assim cheguei e, novamente não havia notícias de nada. Simplesmente o encolher de ombros da rapariga que me atendeu naquela vez foi o suficiente para eu ficar mais um bocado desanimado.

"O alívio"
Nesse dia, estava ainda com a tarde toda pela frente. Resolvi descansar numa mesa de cartas que havia lá no hostel e pensar no que iria fazer agora. Ao fim de 2 dias com a mesma roupa, sem saber quando haveria de chegar a mochila, e a ver a viagem a andar para trás tinha que tomar outras medidas. Então decidi que no dia seguinte iria comprar umas peças de roupa e iria saber dos horários de combóios para seguir até Estocolmo. O problema é que não podia sair de Copenhaga enquanto não chegasse as minhas coisas. Depois de decidir isto e de ter partilhado um lanche com pessoal que estava hospedado lá no hostel e de termos partilhados as nossas aventuras de viagem, fui tomar mais um banho e vestir a mesma roupa que já tresandava, e fui jantar mais uma vez numa pizzaria familiar, que já era minha conhecida desde o primeiro dia. Eram dias estranhos, até porque a vida nestes países é um tanto ou quanto cara e era necessário conter as despesas. A opção de pizzaria ou o Seven/Eleven(estilo aberto 24 horas) era razoável, até porque não conhecia nenhum prato ou refeição na dinamarca que fosse mesmo característica e decidir prová-la.

Então que no dia seguinte, dia 8 de Junho, depois de acordar e tomar um pequeno almoço tardio e fazendo uma espera mais demorada para saber se ainda teria noticias boas naquela manhã, vejo um tipo a chegar numa carrinha com o dístico do aeroporto e a sair de lá com a minha mochila. Foi um alívio total. As minhas coisas acabavam de chegar depois de uma viagem por não sei aonde e por caminhos desconhecidos, certamente. Era agora que iria de facto começar a minha viagem. Fui comprar os bilhetes de combóio para o dia seguinte seguir com destino a Estocolmo e para comemorar a chegada da mochila, acabei por lanchar num lanche meio-almoço, meio-jantar no Hard Rock Café de Copenhaga. Foi aqui que começou a minha saga de adquirir t-shirts dos Hard Rock Café's por onde já passei. Pena que não tenha lembrado de fazer isto quando estive em Itália, porque senão já tinha umas quantas cá em casa. Depois deste lanche, passei a tarde num dos belos jardins de Copenhaga a apreciar a calma de vida que aquele povo leva, sem pressas, com tudo muito organizado e todas as pessoas com ar feliz. À noite dei uma volta pelo centro da cidade, aonde a maior parte das pessoas se juntavam. Entrei em alguns locais para ver o ambiente e parecia-me tudo muito fixe. Acabei por ficar na entrada de um bar que estava apinhado de gente a ouvir música tocada ao vivo e que pelo andar iria continuar a haver música ao vivo mesmo depois do grupo acabar de tocar, pois as pessoas já faziam a festa de qualquer maneira à custa das "Senhoras Canecas" que derramavam o chamado sumo de cevada pela goela abaixo só de uma vez. Além de ser o país das Tuborgs, Carlberg, Pilsner, Faxes e outras mais o pessoal também lhe dava bem forte.


quinta-feira, novembro 16, 2006

9º Festival de Capoeira Alto Astral

... #%&#"$%!"%!"$2#$"!#$"4"#$1"#$""#$ <-(INSULTO)

... fonix, tinha logo que acontecer agora esta porra desta rotura.


Apareçam lá na Cidade Universitária ....

(http://www.capoeiraaltoastral.net/)

quarta-feira, novembro 15, 2006

Self Portrait













Caminhos longos, ...
... robustos e sólidos,
... árduos.
Só, em todos os sentidos.

domingo, novembro 12, 2006

Foxy Viagens - Escandinávia (IV)

... continuação de Escandinávia (III)

Este primeiro dia em Copenhaga, serviu para descobrir pontos essenciais para a minha estadia neste país. Dada a minha situação, teria que ter paciência e esperar que as coisas corressem bem.
Cheguei ao Sleep-In-Heaven, muito facilmente através das indicações e mapas que tinha e apesar de tudo lá estavam eles à minha espera na pousada. Como tinha feito uma reserva pela Net podia ter havido mais algum problema, mas não estava tudo ok. Acabei por lhes relatar a minha viagem e a perca da mochila e eles disseram-me que não me preocupasse porque nestes casos, as mochilas apareceriam e o pessoal do aeroporto devolviam-nas às moradas indicadas. Com esta preocupação toda, acabei por não aproveitar nada do primeiro dia, e acabei por esperar no hostel e descansar um bocado, até porque já estava quase com uma directa.

No dia seguinte, começou a minha angústia na espera da mochila. Chegava ou não chegava. Eu bem que telefonava para o número do aeroporto que me deram para saber de boas novas, mas nada. A resposta era sempre a mesma. Acabei por decidir ir conhecer a cidade.

"O abalroamento"
Copenhaga é uma cidade bastante agradável de estar. Uma cidade completamente plana e com as ruas muito organizadas. o que permitia aos seus habitantes percorrerem a cidade de bicicleta. Há inclusivé, ao longo das ruas, e entre a rua e o passeio, uma via própria para os velocípedes, que também tinham a sinalização apropriada. Mesmo na horas de ponta, a confusão não era com os carros mas sim com a quantidade de bicicletas que circulavam naquelas vias. Atrevo-me mesmo a dizer que em Copenhaga há mais bicicletas que carros. A arquitectura desta cidade também é fantástica. Encontram-se edíficios de séculos passados ainda bem conservados em perfeita harmonia com edíficios novos que mantêm as características da cidade. Em relação às pessoas, apesar de nórdicas, não as achei frias e de pouca sociabilidade. Sempre se mostraram prestáveis e comunicáveis, e mais principalmente ao fim do dia porque se libertavam mais num pub ou bar com uma caneca de cerveja na mão. As mulheres eram de facto giras com uma característica geral, olhos combinavam sempre com a cor do cabelo. Imagina-se ruivas com olhos verdes por exemplo, ou loiras com os olhos claros, perfeitas combinações.

Assim foi, no primeiro dia, fartei-me de andar e conhecer aos poucos a cidade. As primeiras paragens foram o Tivoli e Christiania. O Tivoli é um parque temático, tipo feira popular e que tem várias diversões, e que acabei por não gostar muito ... não estava mesmo nos meus dias para me divertir. A seguir o Christiania, é um local dentro da cidade, aonde impera um estilo de vida muito peculiar, pois todos os habitantes vivem a "FreeLife", efectuam a antiga troca directa de viveres, não têm electricidade para luz(usam pequenos candeeiros a óleo), e sempre como se a vida monetária não lhes fizesse falta. Completamente à parte do nosso mundo. Não fiquei aí muito tempo, por achar que me iriam considerar um pessoa estranha e também porque não queria estar lá muito tempo, pois a liberdade ali era tanta que o cheiro a marijuana e outras coisas parecidas era algo que distinguia esta sociedade.
Acabei por dar mais uma voltas à cidade e depois segui novamente para o hostel para saber se havia noticias da minha mochila. Nada, nicles de mochila. Acabei por tomar um banho e vestir a mesma roupa e as mesmas meias que já cheiravam a um queijo muito "especial". No dia seguinte, as noticias já foram melhores por parte do aeroporto, pois já me indicaram que a mochila já vinha a caminho de Copenhaga. Um bocado mais aliviado, resolvi aguardar pela chegada dela e não ir comprar umas peças de roupa para poder vestir, já que além da vida cara daquela cidade, não estava interessado em gastar muito dinheiro e poupar para outras coisas. Nesse dia, 7 de Junho, visitei a Little Mermaid e o Nyhavn. A Little Mermaid é a figura emblemática da cidade e serve como postal ilustrado de Copenhaga. A história dela (aqui), é uma homenagem a Hans Christian Andersen, famoso escritor de contos infantis natural deste país.
Neste dia, durante a manhã, visitei estes dois locais e voltei novamente ao centro da cidade para depois seguir para o Sleep-In-Heaven para saber mais novidades. Enquanto passeava por uma das ruas, articuladas entre entrocamentos sinalizados com vias para peões, velocípedes e automóveis, acabei por ter uns pequenos sustos porque não estava habituado a conviver desta forma. Acabei por me acostumar, apesar de tudo. Mas às tantas uma pessoa esquece-se que por ali se anda mais de bicicleta e menos a pé. E não é que foi, que um certo índividuo que vinha a sair de uma ruazinha perpendicular à qual eu andava (distraído com uma giraça que por ali passava), e eu não o vi e ele não me viu e sem travões foi contra mim. Nem tive tempo de desviar-me ou saltar para qualquer lado. Ambos fomos ao chão, ele atingiu-me no calcanhar mas não me fez grande mossa. O tipo, assustado, pediu-me desculpas e depois de certificarmos que estavamos inteiros fomos à nossa vida sem grandes problemas.

sexta-feira, novembro 10, 2006

... Levanta, Cai!

Toma lá para aprenderes .... rotura muscular de 2 cm no reto femural.
1 mês de repouso e tratamento... e vamos lá ver o quanto de refortalecimento da zona afectada.

quinta-feira, novembro 09, 2006

Esquissos e Esboços III

Olhos de Mel ...


...descobri-os assim.

quarta-feira, novembro 08, 2006

Rir por tudo e por nada

Costuma-se dizer que rir é o melhor remédio. Ora bem, eu acho que não, porque quando temos um daqueles ataques de riso, e não pararmos com o raio das convulsões nervosas dos músculos da cara, o mais provável de acontecer é ficarmos com cãimbras nas bochechas, e se, inclusivé forçarmos o músculo do diafragma (músculo que está por cima do estômago) podemos ter umas valentes contracções abdominais. Bem, as dores das contrações abdominais, até são suportáveis para quem tem uma média de 300 abdominais por hora de treino, e mesmo para os que não têm essa média e não têm os abdominais definidos, ou seja, estão flácidos, também não deve haver problema. O problema mesmo é para as cãimbras das bochechas. Agora alguém que fique com as ditas cãimbras, o que é que pode acontecer a seguir? Ou finalmente pára de rir e o assunto (do riso) fica resolvido por aí, embora depois possam ficar com uma cara de parvo por causa das cãimbras, ou então somos obrigados a fazer um daqueles exercícios pouco dignificantes para qualquer ser humano, o de ter de grunhir sons inimagináveis, tipo quando têm de limpar os ouvidos com cotonetes, só para as bochechas voltarem à normalidade. Do género, NHAM, NHAM, NHAM, NHAM, NHAM, NHAM, .... HHAAAAARRRRRRR, .... NHAM, NHAM, NHAM, NHAM, ... HHAAAAARRRRRRR, ...., ÍNHAMMM, ÍNHAMMM, ÍNHAMMM, ....
Também não dá muito jeito, se o ataque de riso for demasiado longo, de tal maneira que começamos a suar por todos os poros, e se estivermos, por exemplo, no local de trabalho ficamos a parecer que estivemos a trabalhar no duro e afinal não ... estavamos só a ter um ataque de riso.

Isto porque, de vez em quando, ou mesmo muito frequentemente, acontece surgir assim do nada pensamentos no mínimo idiotas. Idiotas quer dizer grandes ideias, correcto. Ora a esses pensamentos, as reacções que se pode ter é de que, ou "fez-se luz", ou de rir à gargalhada por ter sido uma ideia tão idiota, parva ou cómica que no fundo o melhor é rir.
Mas também, se uma desilusão aparece, e logo a seguir outra desilusão, e mais outra, e mais outra ... e por aí fora, então o melhor remédio (que não dar um tiro em nós mesmos) é rir, e rir. Vendo bem, o tiro é capaz de também não resolver nada, pois com tanta desilusão a correr, e sorte a menos, seriamos capaz de não acertar em nós mesmos ou ficar com a bala encravada algures, ou mesmo ficarmos com um buraco aberto na cabeça e continuarmos vivos e bem vivos, o que só daria razões para continuarmos a rir.

Para além dos pensamentos idiotas, há também as paródias que certos e determinados indíviduos conseguem criar. Às vezes não basta dizer piadas, basta só trocar umas palavras numa frase que para a risada seja geral, ou mesmo dizer uma daquelas bacoradas bem fortes. Acontece também que ninguém percebe porque se está a rir, e sendo um coisa normal, então o melhor é mesmo nem perceber. Portanto para estas situações, não há mesmo explicação alguma e o melhor mesmo é continuar a rir....

Isto tudo para dizer que esta semana só tive mesmo vontade de rir ... por causa de tudo isto e também por causa de outros sorrisos.

domingo, novembro 05, 2006

Foxy Viagens - Escandinávia (III)

... continuação de Escandinávia (II) .

E ali estava eu, acabado de chegar a Copenhaga. Depois de resolver de uma maneira diplomática a questão do chocolate derretido no bolso das calças, segui em frente. Fui à busca da mochila para ir à minha aventura (é claro que a aventura já tinha começado e eu ainda não tinha dado conta), e fui seguindo as indicações de "Baggage Claim"

"Maleta de higiene pessoal" ou "Mochila esquecida "
Cheguei à sala de espera das bagagens depois de ter atravessado quase todo o aeroporto de uma ponta à outra, sempre seguindo as indicações de "Baggage Claim" e também de seguir algumas companheiras de viagem, para que, por via das dúvidas, eu não me perdesse no meio do aeroporto. Chegando lá fui esperando as malas. Lá vinham elas, uma a uma na passadeira rolante, vindas de uma porta estreita e escura, por de dentro da gare. À minha frente outros passageiros do mesmo vôo esperavam as suas malas, e quase que a conta gotas, os passageiros iam recolhendo as suas bagagens e saíam pela porta respectiva. Aos poucos a sala ia ficando vazia e só eu e alguns passageiros é que ainda não tinhamos encontrado as nossas bagagens. De entre estes passageiros, começou-se a gerar um pequeno desconforto de que qualquer coisa estava a correr mal, isto porque quase todos os passageiros estavam a sair com as suas bagagens e nós ainda lá estavamos à espera que as malas chegassem pelo tapete rolante. Continuamos em espera mais uns minutos e quando o mostrador indicou que todas as malas já tinham sido despachadas do vôo que nos trouxe a Copenhaga, concluímos que de facto estavamos com um problema ... grave.

Além de mim, eram mais 3 passageiras vindas de Madrid como escala de outro vôo, e tal como eu que tinhamos ficado sem as malas. Dirigimo-nos ao um guichet de atendimento para estas situações e explicamos, cada um a sua situação. Foi-nos pedido as devidas informações e depois de tanta conversa e explicações, com telefonemas para outros departamentos e esperas que já exasperavam, garantiram-nos que as bagagens estavam sãs e seguras, mas em .... Madrid. Ora bem, por qualquer motivo que desconheci e que eles também não sabiam explicar bem, as nossas bagagens acabaram por ficar, ou retidas, ou esqueceram-se mesmo delas em Madrid. Disseram-nos que as bagagens chegariam no próximo vôo proveniente de Madrid, que supostamente seria no dia seguinte. Indicamos as nossas moradas de contacto em Copenhaga e foi-nos entregue pelos serviços do aeroporto uma pequena maleta que continha um conjunto de higiéne pessoal, como escovas de dentes, pasta, sabonetes, toalhetes, ... etc, e uma t-shirt. Até voltarmos a ter as nossas coisas pessoais, tinhamos que nos contentar com essa maleta. Depois desta confusão, resignei-me à minha sorte e fui à procura do Sleep-In-Heaven. O Sleep-In-Heaven era um hostel de juventude que tinha marcado para passar as primeiras noites em Copenhaga. Eram quase 14h e estava faminto, que depois de uma noite anterior fantástica, estava mesmo a precisar de comer qualquer coisa. Decidi então ir acomodar-me no Sleep-In-Heaven e depois sim, comer qualquer coisa. Pedi informações sobre como chegar a um determinado local em Copenhaga e informaram-me que tinha de apanhar um autocarro e estava lá rapidamente. Ao sair do aeroporto, nunca tinha sentido um vazio enorme como senti naquela altura. Uma vez mais estava sozinho, desta vez em Copenhaga, e novamente não conhecia ninguém por aquelas paragens, e desta vez tinha "perdido" a mochila, e encontrava-me na porta do aeroporto onde aquilo, mais parecia um local fantasma, porque não havia vivalma que andasse por ali. Era mesmo muito estranho estar ali num aeroporto aonde não se via ninguém mesmo.
Descobri qual a paragem do autocarro e esperei cerca de vinte minutos. Segui as indicações que me foram dadas anteriormente e também com a ajuda do motorista cheguei ao local aonde tinha marcado hospedagem.

Era dia 5 de Junho, estava em Copenhaga, quase como um perdido, sem mochila e a rezar para que nada me acontecesse. Acabei por terminar o dia a comer numa pizzaria ali perto e a dar uma primeira volta pela cidade. Como era verão, os dias eram bastante longos e apesar disso as noites pareciam bastante animadas.

sábado, novembro 04, 2006

Foxy-Cine "Marie Antoinette"

Sofia Copolla, apresenta-nos uma "Marie Antoinette" em versão classic-rock. Isto porque ao longo do filme a banda sonora tem um papel muito interessante na sua realização. Esta mesma banda sonora varia entre sons de música clássica (e perfeitamente adaptada a este contexto histórico) e sons de bandas como os The Cure, The Strokes ou New Order.
Gostei de vários pormenores durante o filme, que para além de retratar (e talvez também satírizar/criticar) a corte francesa, realçaram de uma forma diferente a personagem Marie Antoinette. Da ideia anterior que tinha dela, de uma rainha "fria" e insensível, é completamente ao contrário, uma rainha cheia de vida e que aprecia os prazeres da vida. A forma como o filme passa pela vida de Maria Antónia, aos 14 anos, (antes de ser a rainha francesa) e depois como conta de uma forma bastante simples o percurso dela até ao culminar da revolução francesa, torna o filme muito giro de se ver.

Duas coisas também positivas. A forma como em determinados (longos) momentos do filme, existência de poucos diálogos faz com que a nossa atenção (do público) seja focada na tela ainda com mais interesse Aqui está o bom trabalho da banda sonora.
A outra coisa positiva é o guarda-roupa.

Citações:

Marie-Antoinette: This is ridiculous.
Comtesse de Noailles: This, Madame, is Versailles.

quinta-feira, novembro 02, 2006

Cai, Levanta, ... Levanta, Cai

Quem nunca caíu, que tropeçe no primeiro calhau e se estatele com o focinho no chão, tá bem.

Costuma-se dizer que a vida dá muitas voltas, e o problema é esse. Com tantas voltas, já andamos para aqui feitos uns tontos e depois quem é que se aguenta em pé. É também verdade que por vezes levamos com cada traulitada que mais vale deixarmos ir e cair redondos, do que fazer por ficar em pé e ainda levarmos mais umas pauladas.
Hoje para mim foi dia de encher, até parece que sou um saco de bater. Às contas disto vão ficando as nódoas negras ou outras nódoas que ainda doem mais.
O problema é que já tou a ficar farto disto. Tem sido um cai, levanta, ... levanta, cai, ... cai, levanta, que já não sei a quantas ando. Eu acho que agora vou ficar mas é caído ... para quê me vou levantar se vou voltar a cair.

... e de uns posts atrás, sobre quanto mais alto for, maior é a queda ... é que agora nem preciso de subir a nada, é só levantar e já me espetam com uma traulitada que estatelo-me no chão.
... e de há uns meses atrás, com a saga dos dedos do pé, agora tenho um dedo (o maior do pé esquerdo) que não dobra.
... e alguns dedos do pé direito não estão lá muito famosos.

(Claramente que estas informações são de grande interesse público, por isso o cuidado é pouco no tratamento desta informação.)

quarta-feira, novembro 01, 2006

Da Capoeira

Tch-tch-tin-tóin-tóin...Tch-tch-tin-tóin-tóin...Tch-tch-tin-tóin-tóin

É ao som de este toque de berimbau que se joga capoeira.
Encontrei na capoeira uma força, um estado de espírito, uma complementariedade física, uma vontade de pertencer àquele universo que nunca antes poderia ter imaginado.
Antes de mais, a capoeira é uma forma de estar perante um grupo de pessoas que dialoga no mesmo contexto. O jogo, o confronto entre 2 capoeiristas, é o mesmo que entrar em diálogos de pergunta-resposta entre os capoeiristas. Às vezes encontram-se algumas rasteiras nas perguntas e há outras respostas com sentido diferente, logo temos de estar atentos ao jogo que se vai fazendo. Neste círculo de pergunta-resposta, há a Mandinga, a Manha, a Malandrice, que cada um coloca no seu jogo. É disto que a capoeira vive enquanto jogo, embora na capoeira "de rua", se possa encontrar outras coisas mais negativas nesta arte, mas tendo a consciência de manter o respeito pelo outro capoeirista, e conseguindo jogar com os 3 M's descritos acima temos então uma fantástica forma de expressar-nos na capoeira.

O meu grande lamento é que não consigo dar mais à capoeira, devia participar mais neste diálogo, devia ter mais disponibilidade, devia rasgar os meus compromissos em prol da capoeira, devia ..., devia ..., devia ...